sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM E SUAS IMPLICAÇÕES COM O ATO EDUCATIVO

Regina  Rodriguez Bôtto Targino
                                                                        Profª Ass I/DME/CE/UFPB




Quando se fala ensino-aprendizagem, se expressa um processo, que está intimamente vinculado ao ato de ensinar e ao ato de aprender. De um lado quem ensina, do outro quem aprende. Vários teóricos estudaram e ainda estudam os processos, que caracterizam o ensino-aprendizagem. Escreveram livros e mais livros tentando explicar este fenômeno, sempre procurando descortinar novas teorias e novos caminhos para melhor compreendê-lo.
            Pode-se questionar. O que é ensinar? O que é aprender? Neste contexto não se pretende esgotar tal fenômeno, porém suscitar curiosidades, questionamentos em torno do assunto. Gostaria, todavia de explicitar o pensamento de maneira sintética sobre o tema. Ensinar compreende-se como o processo vivenciado por um professor, aquele que domina com a sua experiência - teórica e prática, uma determinada área do conhecimento e tem toda responsabilidade de motivar e incentivar e incentivar o processo de aprendizagem. Aprender entende-se que é processo pelo qual o indivíduo aprende e apreende um conhecimento ou uma habilidade. Considera-se, ainda, neste processo a base psicológica e biológica, onde  ele assenta-se. O sujeito durante o ciclo vital tem o momento psicológico e biológico, que lhe torna ou faz capaz de condicioná-lo a um determinado nível de aprendizado.
            Os professores devem estar atentos para o processo ensino-aprendizagem colocando-se no seu contexto como um sujeito catalisador da reação do desenvolvimento do ensino-aprendizagem. Este processo pedagógico, não ocorre isoladamente, contempla dimensões: sócio-políticos, humanas e técnicas, que extrapolam o seu próprio âmbito, uma vez que, não se limita apenas, aquele momento exclusivamente ocorrido em sala de aula, entre professor e aluno. Vai muito além desta relação, alcançando e fazendo presente a ele, a realidade social histórica, concreta e localizada dos sujeitos envolvidos na ação pedagógica,que se pretende realizar.
Os estudiosos da educação costumam separar, como se observa, o professor com suas funções, do aluno, aprendiz, com suas tarefas e obrigações, como se eles fossem distintos ou diferentes e não pertencessem ao mesmo momento pedagógico; todavia se constata na prática, que não existe esta dicotomia, mas sim, uma ação única integrada, holística, onde não há divisas de partes e seguimentos isolados, porém a síntese de um processo ensino aprendizagem globalizante.
            Portanto, o processo ensino aprendizagem diante desta visão aqui exposta, apresenta três dimensões bem nítidas: Social-Política, Humana e Técnica. Cada uma desta dimensão não está compartimentalizada uma da outra, porém numa constante interação, participando do mesmo fenômeno, coexistindo no mesmo momento. A postura docente, o como ensinar, o como o professor relacionar-se pedagogicamente com seus alunos, são nestes comportamentos adotados e transparentes onde estão entrelaçadas todas as dimensões do processo ensino aprendizagem, quando se pode identificar claramente, em que tendência pedagógica encontra-se o professor inserido. Diversos estudiosos da educação, através da história e hoje, procuram com suas teorias cada vez mais, identificarem as ações e posturas pedagógicas dos professores no cotidiano de sala de aula e de acordo com a ideologia predominante no processo ensino aprendizagem, desenvolvido por eles, caracterizam-no pedagogicamente, de liberal ou progressista.
            Feita esta alusão sobre o processo ensino aprendizagem, indaga-se: O que seria o ato educativo neste contexto? Esta resposta daria livros e mais livros, pois o ato educativo não se relaciona  somente  ao processo ensino aprendizagem em si, realizado comumente pelas instituições de ensino, mas ultrapassa as fronteiras do formal de sala de aula e de suas quatro paredes, indo interferir na realidade social, concreta e contextualizada dos sujeitos, participantes dele.
            Dermeval Saviani, nos diz que no ato educativo seus sujeitos sociais, professor, aluno e sociedade participam dele, cada um assumindo um papel relevante, sem que seja possível verificar onde termina e enceta-se a ação do outro. Para melhor compreensão didática, se escreve separadamente. Vejamos: Professor, no ato educativo será aquele que detém mais experiência para iniciar o processo pedagógico como também é capaz de aliar a sua prática social a prática pedagógica. O aluno é aquele que no início do ato educativo detém menor experiência, porém terá potencial para alcançar o professor e até superá-lo. A sociedade é o "locus" em que acontece todas as relações sociais e deverá ocorrer a verdadeira intervenção provocada pelo processo educativo.
            O ato educativo, conforme Saviani, possui cinco (5) passos. São eles: O primeiro será a PRÁTICA SOCIAL, onde se inicia o ato educativo e sujeitos sociais estabelecem suas relações. Os sujeitos refletem sua maneira de sentir, pensar e agir na sociedade de acordo com as relações sociais que estabelecem e ainda, conforme se inserem no modo de produção desta sociedade a que pertencem. Isto determina sua maneira de interferir sobre sua realidade. O segundo passo é chamado de PROBLEMATIZAÇÃO, aqui os sujeitos tomam consciência dos problemas existentes, verificam as carências e as prioridades a serem estabelecidas. Descortinam sua realidade. O terceiro passo é INSTRUMENTALIZAÇÃO, de posse do conhecimento da realidade percebe-se que tipos de conteúdos, métodos e técnicas dominar para, interferir na problemática da realidade levantada. O quarto momento é denominado de CATARSE. È a culminância do ato educativo, ele ocorre, quando os sujeitos envolvidos no processo educativo conseguem através daquela apropriação do saber aprendido e apreendido no processo, interferir e multiplicar o ato educativo em sua realidade transformando-a. O quinto momento é a PRÁTICA SOCIAL,  o que foi o ponto de partida terá  que ser o ponto de chegada, todavia a prática, aqui descrita  não é a prática pela prática, mas sim a prática enquanto "PRAXIS", portanto a realidade dos sujeitos sociais  do ato educativo não é mais a mesma, porque há, no concreto, uma transformação social nas relações, que os sujeitos estabelecem no seu meio, conseguindo modificà-lo.
            Concluindo, constata-se, pelo que foi dito, que nem todo processo de ensino aprendizagem  constitui-se em um pleno e verdadeiro ato educativo. O processo de ensino-aprendizagem pode converter-se em um mero instrumento de acomodação do sujeito que aprende, ao seu ambiente social, político e técnico, sem, no entanto intervir na realidade contextual existente. O ato educativo, como preconiza Dermeval Saviani, ao qual pensamento concorda-se e acosta-se o nosso, ao contrário, leva necessariamente a uma transformação das relações sociais dos sujeitos participantes do ato educativo, pela interferência que seus reflexos provocam em uma sociedade. Nesta compreensão, o ato educativo, tem sua ótica não só voltada para a formação, mas, sobretudo também, intenciona construir o homem integral radical.           
                                                           BIBLIOGRAFIA

LIBANÊO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. A pedagogia crético-social dos conteúdos
São Paulo - Brasil: Ed. Loyola. 2005.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. Col. Polêmicas do Nosso Tempo. 2ª ed. São Paulo-2000
KUETHE, James L. O Processo Ensino Aprendizagem. Porto Alegre: Ed. Globo, 2000.            


PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO A PARTIR DE UM PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

                      
                                               REGINA RODRIGUEZ BÔTTO TARGINO
                                                           Profª.Drª Ass.I.DME/CE/UFPB




                        1. MARCOS TEÓRICO-CIENTÍFICOS QUE DEVERÃO NORTEAR O PROJETO

            Ao falarmos em  PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO  A PARTIR DE UM  PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO, deve-se ter em mente o que se entende por; projeto? (plano, intento, desígnio. Lançar à diante) .Neste caso, referindo-se a educação, no nosso entendimento, seria a visão antecedente do  desenvolvimento do   processo ensino aprendizagem, que se quer ministrar.          O que se entende por político? São  várias as concepções e divergências sobre a concepção do que seja política.Dependendo da especificidade e natureza do campo em que o termo é empregado ele toma diversos sentidos. Na acepção popular, sempre se refere ao sentido vulgar, englobando a vida coletiva das organizações políticas: eleições, partidos, atividades dos órgãos governamentais e dos órgãos individuais sobre determinados aspectos. No sentido verdadeiro trata-se da atitude e orientação do   governo em relação a certos assuntos. Como exemplo: política financeira, política do café, política agrícola, política da educação, etc.. Conjunto de processos, métodos, expedientes e ardis para conseguir , conservar e exercer o poder.” Machiavel (1469-1527). “Política é a arte de governar”.Bluntschli, (!900). Para os cientistas e estudiosos contemporâneos juristas e sociólogos seria o conhecimento sistemático dos fenômenos políticos, isto é, do Estado como fato político, que engloba os demais fatos políticos. Nesta compreensão, o Estado no mundo hodierno exerce influências sobre o homem e todos os fatos ocorridos, de modo que nenhum  acontecimento deixa de sofrer a influência política. “Em um mundo, onde o coeficiente político influi sobre todas atividades humanas, a ciência política não tem praticamente outros limites senão os que lhe impõem as insuficiências da inteligência humana ante a totalidade dos problemas da vida social”. Burdeau-Trité de Science Polítique, vol.. I, avant propos. (in ed. Globo 1961). Referindo-se a educação, Bernard Charlot em seu livro A Mistificação Pedagógica, dedica um capítulo , onde procura abordar e afirmar: que a educação é política e política é educação. Ele  diz textualmente:” Dizer da educação, ou da escola ,ou dos programas ou do controle pedagógico, etc..que são políticos não é, ainda, dizer grande coisa. Tudo é política, pois a política constitui uma certa forma de totalização do conjunto das experiências vividas numa sociedade determinada. Eleições, uma greve, a aposta em corrida de cavalos, a seca, um jogo de futebol, uma bofetada, etc..todos esses acontecimentos têm uma significação política. Mas eles não são políticos da mesma maneira. Alguns são políticos por definição: as eleições, por exemplo. Outros são políticos, enquanto são conseqüências da organização econômica, social e política da sociedade; uma greve por exemplo, é, antes de tudo, um fenômeno econômico, mas não tem igualmente um sentido político na medida em que coloca em causa a organização social do trabalho. Outros acontecimentos são políticos porque tem conseqüências políticas: a seca é um fato climático que coloca problemas econômicos com repercussões sociais e políticas. Outros acontecimentos, ainda, só são políticos na medida em que desviam os indivíduos dos problemas políticos, trazendo um exutório a suas frustrações sócios políticas: aposta em corrida de cavalos ou jogo de futebol, por exemplo. Finalmente, o sentido político de certos fatos é somente muito indireto: a bofetada é um ato repressivo, e  pode-se considerar que prepara a criança para a obediência social e política, mas sua significação política não é nem imediata e nem direta. A saturação em política e as modalidades de politização dos fenômenos sociais são, portanto, muito variáveis, apesar de todos, direta ou indiretamente, terem implicações políticas.. Não basta , portanto, afirmar que a educação é política. O verdadeiro problema é saber em que é política.” CHARLOT, Bernard. 1996.   
            Neste sentido,Charlot chama atenção para quatro aspectos que se articulam uns com os outros, e que no nosso entendimento, devem ser levados em consideração ao  se elaborar um projeto político pedagógico. São eles:
            a)A educação transmite os modelos sociais. Que modelos são estes? Comportamentos que prevalecem na sociedade, são modelos de trabalhos, de vida, de troca, de relações afetivas, religiosas, etc... Estes modelos são transmitidos, seja por contato direto com a sociedade, seja sob a forma de normas  teorizadas de comportamento. A sociedade não é um todo homogêneo vinculando modelos de comportamento que fazem a unanimidade de seus membros. A sociedade compreende grupos diferentes, perseguindo suas próprias finalidades, tendo uma organização  interna específica, e elaborando  modelos particulares de comportamento (grupos religiosos, culturais, sindicais, esportivos, políticos, etc..). Cada grupo social e cada classe social engendra comportamentos  que lhes são próprios e tido como ideais. O conflito social é o conflito de classes, portanto é uma luta entre classes-dominante e dominados. Política é a expressão, ao nível do poder de Estado e da luta  para conquistar esse poder, e dos conflitos profundos que agitam a sociedade global. A política exprime relações de forças, inclusive entre ideais opostos.
            b)A educação forma a personalidade.
            A educação é política porque forma a personalidade segundo normas que refletem as realidades sociais e políticas. Podemos verificar esta influencia na formação das pessoas no que se refere ao superego, na medida que estabelece barreiras de censura estabelecendo normas sociais.. Neste entendimento a educação é política  quando constrói  a personalidade a partir de bases psicológicas que têm uma significação política.
            c) A educação difunde idéias políticas.
A educação é política na medida em que transmite idéias políticas sobre a sociedade, a justiça, a  liberdade, a igualdade, etc.... A educação inculca na criança idéias de sociedade, padrões comportamentais que devem satisfazer esta mesma sociedade.
            d)A educação é encargo da escola, instituição social.
            A educação é política na medida que é encargo da escola, instituição social cuja organização e funcionamento dependem das relações de forças sociais e políticas. A escola é uma instituição educativa.A escola ensina a criança a controlar seus impulsos sexuais, agressivos, facilitando a sublimação e inculcando certas idéias., do certo e errado dos direitos e deveres. A escola por sua vez adota uma postura própria no trato com a educação e detém um sentido político. A escola neste sentido constitui-se em campo de luta de classes. A escola não pode furtar-se de seu papel político uma vez que ela propaga a educação e esta tem um sentido político. Depende a escola , quanto ao seu papel político, de muitas formas de sociedade, isto é ,quer de um grupo social (Igreja, municipalidade, partido político), quer de um poder de Estado, que exprime os interesses da classe dominante. A Educação, portanto,  possui um sentido político e é um fenômeno de classe social. È nesta direção que devemos, dentro da área da educação,  entender a questão política.
            O que se  entende por pedagógico? Compreende-se, que o pedagógico trata da ciência e teoria da educação e do  ensino. São as teorias, princípios que norteiam o processo ensino aprendizagem a ser ministrado. São as idéias, pensamentos, que regem o ensino. A teoria, deverá sempre ser respaldada  por uma prática vivenciada e concreta. Prática, que se torna “praxis” nas relações  que os sujeitos  sociais do ato educativo, estabelecem entre si. Todo o processo pedagógico implica em processos metodológicos, que têm por base uma teoria que orientam todo desenvolver do processo ensino aprendizagem.
             Por planejamento de ensino,  qual  a compreensão? O planejamento de ensino são procedimentos metodológicos, sistemáticos, integralizáveis, graduais, que são respaldados por uma teoria e com base em experiências vividas no passado, e vivenciadas no presente, projetam para o futuro, todas as ações pedagógicas a serem desenvolvidas por um sistema, por um curso ou por um estabelecimento de ensino com vistas  aos objetivos a alcançar.
            Por  participativo, o que se entende? Participação é compartilhar, dividir responsabilidades, influenciar nas decisões, contribuir na construção do processo pedagógico a ser elaborado e  executado não só com a ideologia dos pensamentos colocados, mas sobretudo, com a “praxis”a ser vivenciada, com os sujeitos sociais do ato educativo. Esta ação implica, numa convivência de pessoas que discutem, decidem, executam e avaliam atividades propostas coletivamente.
            Com estas considerações, onde procura-se fazer uma pontuação sobre os marcos teóricos-científicos, que norteiam o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem em uma instituição ou em uma escola, ou em um curso, chama-se à atenção para a importância e o aprofundamento destes aspectos, que necessariamente, deverão orientar todo o projeto político pedagógico a ser encetado, pois é a partir destes entendimentos, que os critérios serão adotados  para se construir uma proposta pedagógica .




                        QUAIS OS PASSOS. QUE DEVERÃO SER ADOTADOS PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, A PARTIR DE UM  PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO?

            Feitas as considerações preliminares, pode-se pensar em traçar um  plano estratégico de ações, que permitam a se  chegar aos objetivos  previamente  determinados para desenvolver o projeto político pedagógico, que se quer construir. A ação a ser desenvolvida, em sua essência, adota como pressuposto a participação de todos envolvidos no processo educativo. Quem, então, deverá participar? Os sujeitos sociais do ato educativo- o PROFESSOR, o ALUNO e a SOCIEDADE para que juntos possam traçar e definir que tendência pedagógica adotar. Qual? liberal ou progressista? Para esta definição promover-se-ão discussões com todos os seguimentos da comunidade escolar, pois só a ela cabe dizer que tipo de homem deve ser formado e que conhecimentos devem ser construídos em sua formação,  que a sociedade necessita. Com este procedimento, aproxima-se a escola da sociedade fazendo-a como mediadora entre o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem e as reais demandas da sociedade onde  a instituição encontra-se inserida. Neste sentido, a universidade tem embutida  em seus objetivos já, estratégias que dão margem real para promover esta vinculação, quando assegura que  seus objetivos maiores são: o ENSINO, a PESQUISA e a EXTENSÃO.  Feitas  estas colocações, procura-se delinear os passos a  seguir para construir um projeto político pedagógico, a partir de um planejamento, de fato, participativo? Vejamos as etapas relacionadas:
             a)Primeiro momento- realiza-se-á um estudo holístico das relações existentes entre a instituição e o contexto onde ela insere-se. Analisa-se os fatores determinantes e condicionantes, econômicos, sócio-culturais, políticos em diferentes níveis presentes nas relações escola e sociedade. Visa-se o interesse dos educandos para o qual, o projeto político pedagógico, está sendo construído.  Ao término deste estudo tem-se um diagnóstico da realidade concreta e contextualizada das verdadeiras demandas e interesses existentes. Concluído este estudo passa-se para a fase seguinte. 
             b) Diante do quadro constatado: Que objetivos políticos-sociais-técnicos-pedagógicos deverão ser adotados?  Isto implica dizer. Que homem eu quero formar? Para qual sociedade este homem está voltado? Neste momento, já deverão os participantes ter definido que tendência pedagógica adotarão, pois esta postura norteará todos os procedimentos metodológicos e epistemológicos a serem adotados na construção do projeto político pedagógico: Como será a escola e que papel desempenhará ? Que perfil de professor será priorizado? Como o aluno será visto? A relação professor aluno como acontecerá ? Que pressupostos científicos teórico-práticos deverão ser adotados no desenvolvimento do processo ensino aprendizagem? Quais os conteúdos a serem construídos? Que procedimentos metodológicos serão empregados? Estas questões, deverão ser analisadas por todos, estudadas,  aprofundadas e definidas coletivamente .Em um processo de ensino que se propõe transformador os objetivos estarão voltados para a aquisição, reelaboração e produção de conhecimentos o que implica em ações reflexivas críticas, curiosidade científica,  investigação e criatividade.
            c)Os conteúdos escolares fazem parte do currículo escolar, todavia deverão ser analisados e constatados o que é realmente estrutural básico essencial e o que representa como secundário a ser aprendido. Situação que deverá ser indicada pela realidade concreta existente. “Se os professores e alunos exercem o poder de produzir novos conhecimentos a partir dos conteúdos impostos pelos currículos escolares, estarão de fato consolidando seu poder de contribuir para a transformação da sociedade.” PAULO FREIRE (1987). Portanto, percebe-se que existe uma vinculação necessária entre os objetivos estabelecidos e os conteúdos a serem desenvolvidos.
            d) Com objetivos e conteúdos definidos, passa-se para articular que procedimentos metodológicos deverão ser adotados para concretizá-los e atender aos vários níveis da aprendizagem desejada? Que estratégias de ensino serão adotadas-métodos, técnicas e recursos de ensino necessários? Estas condições estão voltadas naturalmente, para o projeto de vida que possuem os alunos, núcleo do processo ensino aprendizagem.
            e) Organizados os procedimentos metodológicos, em seguida traça-se à sistematização do processo de avaliação da aprendizagem. Um projeto que visa e privilegia a construção do conhecimento e a criatividade dos alunos, a avaliação terá um caráter de acompanhamento desse processo. Não se prioriza quantidade mas, sobretudo, a qualidade da reelaboração e produção do conhecimento. Esta ação, por sua natureza, é contínua, dinâmica e holística. Com esta seqüência de ações delineadas, chega-se ao término dos momentos que deverão orientar o projeto político pedagógico a ser construído.


                                               CONCLUSÃO

         Diante do que foi exposto, pode-se chegar a diversas conclusões:
            As ações a serem desenvolvidas em um sistema formal de ensino não podem ser realizadas de forma expontânea, passa, essencialmente, por uma ação sistemática, gradual. integralizadora e flexível de um planejamento concreto pedagógico, voltado para atender as demandas reais da sociedade. É intencional, por esta razão, faz-se necessário um projeto minucioso do processo de ensino que se quer ministrar.
            -O projeto político pedagógico, com vistas a um  processo de compartilhamento social, não pode prescindir da participação de toda comunidade, numa visão globalizante, para que se atenda as concretas necessidades da sociedade. Enfatiza-se o compartilhar dos sujeitos sociais do ato educativo-o professor,  o aluno e a sociedade, onde cada um tem bem definido o seu papel.
            -O planejamento, nesta perspectiva, assume as dimensões: social- política,científca-técnica e humana em sua plenitude. A visão globalizante e integradora é considerada durante todo o tempo do desenvolvimento do projeto em todos os níveis, com a participação coletiva assegurada.
            -O projeto, encontra-se devidamente instruído e  suas ações estratégias delineadas, prontas para serem realizadas, mas é o caminhar que irá determinando o fazer pedagógico. Portanto, não existe um projeto político cabalmente pronto, porque o dinamismo dos procedimentos metodológicos determina como as ações deverão ser executadas e  cada passo aperfeiçoado, de modo a atender os interesses dos sujeitos sociais do ato educativo. O projeto, deverá passar por um processo contínuo de avaliação, com o fim de aprimorá-lo.
            -O currículo nortear-se-á tomando por base os fatores determinantes e condicionantes: os princípios filosóficos a serem adotados na formação do homem, traduzido pela tendência pedagógica admitida.; os princípios legais, regulamentares e disciplinadores que regem os currículos os quais devem estar atualmente sob a égide da nova LDB(Lei 9.394, de 20 de Dezembro de 1996) ; os princípios sociais, que devem corresponder às verdadeiras demandas, no que concerne ao sistema de produção, mercado de trabalho e o projeto de vida, dos alunos, para os quais o processo é dirigido.
            -O projeto implantado não esta pronto e acabado, mas deverá sofrer, ao longo do desenvolvimento, adaptações e correções através de avaliações constantes,  não só do projeto em si, mas de todo o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem. Este projeto, conseqüentemente, será diferente de muitos outros, uma vez que se encontra respaldado pela comunidade escolar diretamente interessada, a qual é partícipe no desenvolvimento do processo ensino aprendizagem a ser construído.
            Este é o nosso entendimento sobre o assunto.





                                   BIBLIOGRAFIA

 PARRA, Nélio, Didática para escola de I e II. Graus. USP-Faculdade de           Educação. Editora Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais: São Paulo.       1999.
‘CHARLOT,Bernard A mistificação Pedagógica.2 ed.Rio de Janeiro       Guanabara:2000.
WACHOWIEZ, Lilian Anna. O método dia dialético da didática. 2ed. Campinas,          SP: Papirus, 1999.
OLIVEIRA, Maria Rita  Neto Sales. Didática: Ruptura Compromisso e Pesquisa.           Campinas, SP, Papirus, 2000.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. A Pedagogia Crítico-          Social dos Conteúdos. 8Ed. São Paulo. Loyola. 2004.
LOPES, Antônio Osina et alli in Repensando a Didática. Planejamento do Ensino numa perspectiva Crítica da Educação. Campinas SP, Papirus, 2003.
AYUSTE, Ana et alli.  Planteamientos de la Pedagogía Crítica. Comunicar y Transformar Barcelona España. 2000.        


O HOMEM E SUAS RELAÇÕES

Regina Rodriguez Bôtto Targino
                                                              Profrª. Ass. I DME/CE/UFPB


O homem, por sua natureza, é um ser social. Como tal, desde o seu nascimento ele entra em relações com o mundo, com outros homens, com os objetos e a natureza. Inicia-se o processo de comunicação, auditiva, sensitiva, oral etc.. Ele cria, elabora e constrói formas de expressar seus sentimentos e emoções ao mundo que o rodeia. Neste processo edifica a sua linguagem e constrói o discurso para demonstrar sua vontade, o que quer, o que sente e como atuar frente a realidade. Todas suas ações são o reflexo do pensamento construído e elaborado nestas relações. Com este processo social interativo contínuo, o homem constrói  sua imagem  e o conhecimento  de todas as coisas que entram e tiveram em seu contato. Daí resulta a própria natureza dinâmica e não acabada do conhecimento. È o elaborar e construir do conhecimento sobre a  vida, a realidade e as relações dela decorrentes. Diante desta condição, que torna o homem um ser eminentemente social, o meio onde nasce,vive e convive, determina e condiciona a maneira de sentir e agir sobre sua realidade.
Quando o homem fala, pensa e reflete sobre os fatos, objeto e coisas, este pensamento é reflexo e resultante da formação e informação adquirida ao longo da vida e das relações que ocorreram durante sua existência. Representa os gestos e a  linguagem a história de sua classe social e das relações estabelecidas na sociedade, onde se insere.
O homem educado é resultante de uma sociedade educada. Esta educação,  é a consciência formada, que foi construída pelo homem durante toda a sua existência. Neste processo, foram criados e incorporados hábitos, atitudes comportamentais que o fazem o homem interativo com a sociedade que pertence, A consciência do homem, também é, resultado de suas relações sociais. Esta o faz assumir posições, que o tornará capaz de transformar e interferir sobre sua realidade. Com esta postura, torna-se sujeito e partícipe de sua história, como também, apto de influenciar a história da sociedade que pertence.
Ao engajar-se no modo de produção, o homem constrói as relações com o trabalho que dependendo do tipo de atividade a desempenhar, traça o seu perfil como profissional. Cada profissão  possuem  atividades específicas que lhe são próprias e não podem ser exercidas por outro profissional,  que não seja da mesma área, do mesmo ramo, de conhecimento. Estes conhecimentos devem assegurar habilidades e atitudes que dão estrutura de competência do fazer à que se propõe. Ser o melhor, que possa, naquilo que faz. È qualidade total. Se eu não sou o maior posso ser o melhor naquilo que me proponho a fazer.
Portanto, ao longo da vida, o homem, enquanto cidadão, estabelece várias relações em diversos níveis e profundidade. Estas relações vão desde as relações familiares, que envolve o sentimento afetivo à  relações comercias, de trabalho, de amizades, de conhecimentos vários etc... È neste processo dinâmico, que o homem faz sua história, calcado na realidade vivida e contextualizada de tempo e espaço, ao mesmo momento, que também é feito por ela. È o ser social integrado a sociedade. Fruto este homem desta mesma sociedade que o condicionou e determinou seu processo de relações sociais pelas oportunidades, que lhes foram oferecidas. A sociedade, que foi responsável pela formação do homem, é também, partícipe de suas ações e de  seus pensamentos . È o homem ideologizado  o ser social.


OBJETIVOS DE ENSINO

Regina Rodriguez Bôtto Targino
Prfª. Drª. Ass. I/DME/CE/UFPB

1. Considerações Preliminares
Muitas dúvidas e dificuldades foram constatadas pelos alunos na formulação de objetivos de ensino, durante o planejamento didático da elaboração do plano de curso e do plano de aula. O que são objetivos de ensino? Para que servem? Como elaborá-los? O presente texto pretende esclarecer e minimizá-las.
Ao falarmos em objetivos de ensino lembramos sempre daqueles tempos do “ensino por objetivos” cuja época remonta aos anos de 1964 em que ideologicamente havia outras intenções na sua formulação, que seriam aquelas de controle e de policiamento. Postura que pretendia dicotomizar os que planejavam dos que executavam. Era a época do tecnicismo. Não importava o professor ou o aluno, mas o processo de ensino que havia de ser vencido por etapas determinadas e bem estabelecidas.
Fazendo um retrospecto sobre os objetivos, considerados como elementos estruturantes do planejamento de ensino, constata-se que em todas as épocas eles estiveram sempre presentes ao processo de ensinar e de aprender. Percebe-se que dependendo da corrente teórica ideológica preponderante no momento de tempo /espaço eles tomam uma conotação diferenciada. Assumem, portanto uma concepção filosófica global da educação, a qual se torna necessária para que nos oriente e se estabeleçam critérios bem claros, com relação aos objetivos a serem adotados, pois eles delineiam o perfil do homem que se quer formar. São elas: tradicional, escolanovista, tecnicista e mais recente a crítica social dos conteúdos. Quando dominou a corrente tecnicista os objetivos assumiram muita ênfase no ensino, visto que o modelo social econômico brasileiro da época impunha posturas correspondentes ao behaviorismo adotado pelo modelo taylorista, cujas origens norte americanas (U.S. A) impregnavam o cientificismo administrativo na educação. A educação foi também tomada por esse espírito de formar mão de obra. A linguagem fabril transferiu-se para o sistema de ensino. Procurava-se reproduzir comportamentos na escola que nas fabricas e indústrias eram adotados como modelos de eficiência e eficácia. Os objetivos tornaram-se mais importantes que o aluno e o professor.
Os tempos passaram e agora retomam e os objetivos de ensino, não com a visão policialesca e compartimentalizada daquela época, mas, pelo contrário, com uma visão única integrada e interativa, unida aos conteúdos a serem construídos para que eles se tornem o ponto de convergência entre o político e o técnico, entre a teoria e a prática e entre o ensino e a pesquisa.
Constata-se tanto no passado como hoje, que há uma necessidade de que na nossa vida cotidiana tenha um sentido claro do que se quer e se deseja alcançar para o futuro. O tempo urge. Nessa direção, estabelecer objetivos é uma condição para alcançarmos aquilo que se almeja. Eles servem como uma bússola orientadora dos nossos passos e caminhos para chegar onde se pretende. Isto é obvio, e cada vez mais a vivência vai dizendo como é importante tê-los traçados. Eles estão presentes em nosso dia-a-dia. E em um processo educacional não podíamos fugir a regra.
O professor assume muita importância na formulação dos objetivos como diz MARTINS (1999), “o verdadeiro educador possui objetivos bem delineados que direcionam sua ação educativa a partir da dimensão político-social”. Já, MOLLULO (2008), expressa: “o professor é de extrema importância, pois por trás de cada ação, se situa o arranjo ideológico do professor, e com isso, suas intervenções passam a ser carregadas de uma pessoalidade, que deve ser auto-compreendida e direcionada para os objetivos que se deseja atingir no desenvolvimento de meninos e meninas dentro de sala de aula”. Fica clara a importância do professor na formulação dos objetivos, pois é responsável pela condução, desenvolvimento e execução do processo de ensino aprendizagem.

OS OBJETIVOS EDUCACIONAIS

Como na educação podemos formular objetivos educacionais? E objetivos de ensino? Como se verifica, faz-se distinção entre objetivos educacionais e os objetivos de ensino.
Os objetivos educacionais são objetivos muitos amplos, que englobam as pretensões formuladas por uma Nação ou Estado que traçam o perfil do homem que deseja formar. CASTANHO (1999), assim se pronuncia: “os objetivos educacionais são os resultados buscados pela ação educativa: comportamentos individuais e sociais, perfis institucionais, tendências estruturais: Em outras palavras, são mudanças esperadas como conseqüência da ação educativa nas pessoas e grupos sociais, nas instituições de âmbito mais largo responsáveis por políticas educacionais.” Dizem respeito a um país, a um sistema ou a uma instituição etc. São objetivos que expressam princípios filosóficos e a ideologia social política adotada por aquele país ou por governantes, seus dirigentes. Estão explícitos nos documentos oficiais da Nação ou das instituições temos como exemplo os que se encontram na Constituição do Brasil, que é a carta magna da nação, que enumera os princípios constitucionais do ensino tendo por finalidade atingir os objetivos constitucionais da educação: erradicação do analfabetismo, universalização do atendimento escolar, melhoria da qualidade de ensino, formação para o trabalho, promoção humanística, científica e tecnológica do país.
Portanto, na Constituição Federal estão implícitos a ideologia e a política da nação brasileira que através das leis vão dando a regulamentação e a disciplina legal de como conseguir a formação do cidadão conforme a carta magna determina. Na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996, em seu Título II, que trata Dos Princípios e Fins da Educação Nacional, evidencia-se claramente a política ideológica estabelecida, em seu Art. 3º, quando diz: Verbis, “O ensino será ninistrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de idéias e concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V- coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII – valorização do profissional da educação escolar
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização de experiência extra- escolar;
XI – vinculação “entre educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.”
Os Estados e os Municípios, também possuem seus objetivos os quais revelam as intenções com relação à educação que desejam construir para o tipo de homem que deseja formar e que se encontra sob sua responsabilidade. Os objetivos educacionais são os objetivos maiores da Nação. Eles representam as intenções sócio-político-ideológica do sistema de educação, portanto, são objetivos ditos oficiais.
Verifica-se que os objetivos de ensino, em âmbito menor que os educacionais, vão colocando na prática aquilo que os objetivos oficiais estabelecem como política. Estão intimamente imbricados aos objetivos educacionais. Eles representam objetivos operacionais. Digo operacionais, porque é através deles que as ações políticas ideológicas tomam forma e concretizam-se. Isto é bem visualizado nos projetos políticos pedagógicos que são recomendados pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9394, de 24/12/1996.

Os objetivos de Ensino – Como elaborá-los?

Como já se disse, os objetivos de ensino tratam de aspectos vinculados ao ato de ensinar e ao ato de aprender. Portanto, ao elaborar este texto imagina-se o que seria necessário para um professor encontrar-se apto para elaborar seus objetivos de ensino?
Os objetivos de ensino traduzem em termos comportamentais o que antecipadamente a escola ou o professor desejam que seja construído pelos alunos em termos de conhecimento, habilidades e atitudes. Eles também traduzem concretamente a concepção ideológica pedagógica adotada, ou pelo sistema ou pela escola, implícita nessa concepção às dimensões sócio-política, técnica e humana a serem adotadas pelo docente em todo o seu construir didático. A concepção ideológica adotada implicará em comportamentos e procedimentos metodológicos específicos que serão construídos com embasamento teórico daquela corrente epistemológica empregada. Exemplo: o sistema de ensino que adote o construtivismo preconizado por Vigotski será diferente daquele que adota o construtivismo de Jean Piaget. Ambas correntes teóricas são construtivistas, mas elas são diferentes no desenvolvimento do executar o processo de ensino-aprendizagem. O que faz a diferença são os pressupostos teóricos que embasam os procedimentos metodológicos que cada corrente teórica concebe na construção do conhecimento. De acordo com sua linha epistemológica ela manifesta-se nos comportamentos do professor e do aluno na construção do conhecimento, objeto de estudo. Fica claro que os objetivos expressam competências de domínios que devem resultar do aprendizado dos alunos. Os objetivos projetam os resultados esperados desse aprendizado.
Toda corrente teórica que visa o processo de ensino aprendizagem seja ela qual for, quando adotada é porque se crê que ela torne mais eficiente o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem. Isto tanto para quem ensina como para quem aprende. Não se pode mistificar dizendo-se que o professor não trabalha em cima de resultados. Esta afirmação é uma falácia. Trabalha sim, em cima de resultados. Resultados do aprendizado que será construído com ele e o aluno. Porém, quero fazer uma ressalva de que quando falo assim é porque considero o aluno sujeito e partícipe do seu processo de ensino. Não o ensino robotizado, como ocorre em várias escolas, em que os resultados estão engessados a um resultado de vestibular, mas o ensino comprometido socialmente, que leve o aluno a pensar e dele possa tirar lições. Que não seja só o ler, contar e escrever, mas possa também interpretar a realidade que vive para exercer sua plena cidadania. É assim que entendo e vejo o ato de ensinar e aprender.
Todo sistema de ensino, escola e professor esperam que o que seja ensinado seja aprendido. O que significa dizer que só existe ensino se alguém aprende. Como posso ensinar se meus alunos não conseguem aprender? O professor deseja ensinar e que seus alunos aprendam e para que isto aconteça deverá ter bem claro os seus objetivos de ensino.
Para se formular objetivos de ensino é necessário, além daqueles fundamentos filosóficos e ideológicos, antes de tudo, levar em consideração os componentes intrínsecos ligados ao perfil do aluno a quem se destinam os objetivos e o processo de ensino-aprendizagem. São eles: os fatores biológicos e psicológicos. O processo de aprendizagem é um processo mental. Ocorre em nível psicológico e em uma idade correspondente. Portanto, esses fatores são determinantes e condicionantes para se estabelecer os objetivos de ensino. Não os levando em consideração cometeremos muitos equívocos. Pode-se tratar uma criança como adulto e um adulto como criança.
A aprendizagem ocorre em níveis diferentes e não de forma linear. Cada aluno tem seu ritmo próprio e suas peculiaridades individuais. Não é atoa que os estudiosos Jean Piaget (1970), Vigotski (1996), Rogers (1981), Luria (1987), entre outros, para pesquisarem o processo de aprendizagem levaram em conta a construção do pensamento. O pensamento manifestado através da palavra escrita ou falada é, portanto, a forma mais inteligente do homem expressar-se. Nós professores somos sabedores disto, daí porque temos em nossa formação o embasamento epistemológico de fundamentos biológicos da educação e psicologia da aprendizagem. Conhecimentos imprescindíveis a um professor.
Os processos mentais evoluem juntamente com os processos biológicos que sofre o ser humano em todo seu desenvolvimento desde criança até a fase adulta. Os processos mentais obedecem a uma escala de gradual idade, que vai correspondendo a um estágio de aprendizagem como: memória, descrição, explicação, análise, síntese e julgamento. Estes níveis ou estágios no processo de aprendizagem indicam níveis de dificuldades que os alunos enfrentarão em seu aprendizado do objeto que se propõe a estudar. Os objetivos estão intimamente conectados a eles. Os primeiros níveis empregam os métodos mnemônicos onde a memória é privilegiada, embora que seja o primeiro nível do processo mental e que sem ele nenhum outro se processa. Exige apenas que o aluno decore o que foi ensinado. Os outros níveis envolvem os processos lógicos que são: a análise, síntese e julgamento, e que requerem maior nível mental e estrutura de sinapses e inteligência, por isso mesmo, maior nível de abstração e dificuldades. Esses últimos são empregados com toda ênfase no terceiro grau de ensino, pois eles são maciçamente desenvolvidos através dos processos lógicos, próprios desse nível de aprendizado. No ensino básico, médio e fundamental eles são trabalhados, porém em menor intensidade, visto que os alunos nesses níveis ainda se encontram no descortinar de conhecimentos fundamentais estruturais básicos.
Pelas razões expostas faz-se necessário estabelecer critérios que se deve levar em consideração, quando da sua elaboração. São eles: - qual a realidade contextual-social onde aqueles objetivos de ensino irão ser aplicados? - qual a idade dos alunos para os quais os objetivos estão sendo formulados? – qual o nível de escolaridade a que se destinam? Traça-se o perfil dos discentes para poder elaborar os objetivos em termos comportamentais que deverão ser alcançados por aqueles conteúdos que foram construídos e trabalhados pelo professor em sala de aula.
Vários estudiosos do assunto tratam os objetivos por diferentes óticas epistemes. São eles: LIBANÊO (2005), NERECI (1999), MARTINS (1998), PARREIRAS (2008), CASTANHO (1989), ALVAREZ (1965), MORANDI (2002), BORDENAVE (2004), PILETTI (2005), TURRA (2000), BLOOM (1963), MAGER (1972), TEIXEIRA (2008) entre outros.
Eles restringem-se ao ensino a ser ministrado. Estão imbricados e conectados ao processo de avaliação que será construído para poder acompanhar o desempenho do aprendizado dos alunos, São eles que determinam, em última instância, se o que foi ensinado foi aprendido ou não.
Nesse sentido diz LIBÂNEO (2004): “os objetivos de ensino são importantes no desenvolvimento do trabalho docente, pois o fato de que a prática educativa é socialmente determinada, respondendo às exigências e expectativas dos grupos e classes sociais existentes na sociedade, cujos propósitos são antagônicos em relação ao tipo de homem a educar e às tarefas que este deve desempenhar nas diversas esferas da vida prática. Procuramos destacar especificamente que a prática educativa atua no desenvolvimento individual e social dos indivíduos, proporcionando-lhes os meios de apropriação dos conhecimentos e experiências acumuladas pelas gerações anteriores, como requisito para a elaboração de conhecimentos vinculados a interesses da população majoritária da sociedade.” Para Libâneo o ato de ensinar e de aprender confunde-se com o projeto de vida do sujeito núcleo do processo de ensino aprendizagem e que procura responder a demanda sócio-política, técnica e humana da sociedade em que se encontra inserido, o que concordo com seu pensamento.
Os objetivos de ensino estão contidos em planos de curso, planos de unidades programáticas e planos de aula. Obedecem às categorias de diversas naturezas e classificação. Objetivos considerados quanto ao nível de abrangência podem ser: gerais e específicos; quanto ao tempo: mediato e imediato; quanto à natureza dos conteúdos: cognitivos, afetivos e psicomotores BLOOM (1963). Em outras palavras, traduzem conhecimentos, habilidades e atitudes, que devem demonstrar os educandos como resposta do aprendizado construído.

1- OS OBETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

Os objetivos gerais são objetivos chamados de mediatos, por que só se consegue alcançá-los em longo prazo. O ensino tem caráter mais amplo e essa amplitude se dá pela natureza do conteúdo a dominar e o tempo necessário para o completo aprendizado. Sempre são formulados visando o que se espera que seja aprendido ao término de um conteúdo ou de uma unidade didática programática. Por exemplo: os objetivos referidos em um plano de curso de uma disciplina poderão ser formulados da seguinte maneira: Compreender o ensino da história como conhecimento importante para o exercício da cidadania; ou poderia se dizer: conhecer a historia como conhecimento passado que facilita a compreensão do futuro; ou poderia expressar: estudar a história enfocando as diversas contradições ideológicas existentes em tal período e em tal lugar, etc. É preciso atentar que estes objetivos não serão conseguidos ao término de uma aula, mas sim de um curso que leva ano ou meses. Eles indicam ações bem amplas e não mencionam quais as ações ou atividades em termos comportamentais, onde os alunos devem demonstrar ao professor que aprenderam os conteúdos que lhes foram ensinados. Dizer de conhecer, compreender, estudar etc. não quer dizer que se vai conseguir o que se quer de forma concreta, se o aluno conheceu ou aprendeu etc. Quem vai dizer isto são os objetivos específicos referentes aos conteúdos trabalhados. Eles, também são chamados de objetivos em curto prazo por que permitem ao término de cada aula ou assunto identificar se foi alcançado o que foi estipulado para ser aprendido. É acompanhado passo a passo aquele objetivo formulado e assim conseguir o que o objetivo geral do curso prever em sua visão holística e globalizante. Os objetivos do curso por sua vez são os resultantes alcançados em todas as aulas ministradas pelo professor durante aquele ano ou meses.
Os objetivos específicos são próprios de uma aula. Chamados também de imediatos porque são muito pontuais em relação aos conteúdos trabalhados aula por aula. Estes devem envolver ações comportamentais, que demonstrem claramente que o aluno aprendeu o conhecimento que se pretendeu construir. Por exemplos: o professor de matemática dá uma aula sobre fração e coloca para sua aula o seguinte objetivo: resolver corretamente os problemas de fração; o aluno tem que dar uma resposta a este objetivo. Saber resolver o problema de fração ou não, neste contexto, não existe brecha, trata-se de um critério ou sabe resolver ou não sabe. Outro dá uma aula sobre o conceito de répteis, ao término da aula ele objetiva: saber conceituar répteis. É nítido o tipo de resposta desejada que o aluno deva demonstrar que aprendeu ou não construir o conceito de répteis.
Como se constata, os objetivos encontram-se articulados e conectados com os processos de avaliação que serão empregados pelo professor com referência aos conteúdos ministrados. Permitem o acompanhamento do desempenho do aluno e orienta ao professor com relação a sua própria avaliação. Os objetivos indicam a ação e nesse sentido nós dizemos que eles são precisos ou menos precisos em termos comportamentais. Quem dá essa precisão são os verbos que são utilizados. Vejamos: o que MARTINS (1998). PILETTI (2005), NERECI (1999), entre outros, nos apontam como verbos que indicam as ações que os objetivos devem expressar:
VERBOS PRECISOS DE AÇÕES MENOS PRECISOS E DE AÇÕES
POUCO OBSERVÁVEIS DIRETAMENTE OBSERVÁVEIS
Compreender, pensar Identificar, cobrir
Saber, concluir Diferenciar, marcar
Entender, gostar Escrever, pressionar
Desenvolver, descobrir Resolver, apontar
Aprender, determinar Enumerar, colocar
Melhorar, sentir Comparar, andar
Julgar, entender Contrastar, fazer
Conhecer, perceber Justificar, dizer
Adquirir Escolher, ler, sombrear
Familiarizar-se Verbalizar, preencher
Apreciar, concentrar Distinguir, remover
Gerar, refletir Construir, desenhar
Conscientizar-se Selecionar, enumerar
Localizar, rotular, por
Comparar

OS OBJETIVOS DE ENSINO COM RELAÇÃO À NATUREZA DOS CONTEÚDOS

Os objetivos também são classificados com relação aos conteúdos e categorias. As classificações mais conhecidas são a de Robert Mager (1977), Gagné (1971), Ralfy Tyler, Hilda Taba (1974) e Benjamin Bloom (1983).
Tomaremos como referência as de Bloom. Ele agrupou os objetivos em três categorias: os objetivos cognitivos, os objetivos psicomotores e os objetivos afetivos.

OS OBJETIVOS COGNITIVOS

Os objetivos da categoria cognitiva são aqueles que se referem às habilidades e capacidades intelectuais do educando. Referem-se à área intelectual abrangendo os domínios do conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. Cada domínio possui vários outros subdomínios. Veja-se o esquema traçado por Bloom para os objetivos com relação ao processo de aprendizagem.
1) – Conhecimentos: a) – Conhecimentos específicos - refere-se a conceitos, terminologias, conhecimento de símbolos, verbais ou não, de uma determinada disciplina ou área de conhecimento como, por exemplo, energia, inércia ou vácuo, para física; gene, tecido, órgão ou aparelho para biologia etc. Conhecimentos de fatos específicos referem-se a nomes, datas, lugares, acontecimentos, características de uma escola filosófica, bibliografia a respeito de um tema etc..
b) – Conhecimentos das formas e meios de tratar com os fatos específicos – referem-se a convenções, exemplo: regras gramaticais, convenções cartográficas ou de trânsito etc. Conhecimentos de tendências e seqüencias, exemplo: como evolução da espécie, as influências de uma civilização em outra etc. Conhecimentos de classificações e categorias exemplo: classificações dos seres vivos, classificações das ciências, a divisão das ciências sociais etc. Conhecimentos dos critérios, exemplo: elementos utilizados para julgamento da validade de um fato, como os critérios que dão garantia ao método experimental, a qualidade de um produto ou a aceitação de um fato histórico etc. Conhecimentos de metodologia referem-se ao conhecimento dos métodos e técnicas específicos empregados em determinado ramo das atividades humanas, para desenvolver os seus trabalhos e pesquisas.
C – Conhecimentos universais e das abstrações especificas de um determinado setor do saber– referem-se a princípios e generalizações, exemplo: conhecimento de abstrações, resultantes da observação de muitos fatos particulares, como o relacionamento da economia com formas de vida social, o adiantamento da ciência com o desenvolvimento da tecnologia, a assimilação de seiva bruta pelo vegetal por obra da ação clorofiliana etc. Conhecimentos de teoria e estruturas: referem-se ao conhecimento de um fato ou fenômeno complexo, como a organização de um Estado democrático, a organização de um formigueiro, a interdependência dos órgãos do corpo humano ou conhecimento de teorias explicativas de vastos conjuntos de fenômenos como a teoria da relatividade, a teoria psicanalítica etc.
2) – Compreensão - refere-se ao aspecto mais simples do entendimento, que consiste em captar o sentido direto de uma comunicação ou de um fenômeno, como compreensão de uma ordem escrita ou falada ou a apreensão do que ocorreu com um acidentado atingido por um automóvel etc., 1 – Transferência - consiste em passar uma comunicação de uma linguagem para outra, sem alterá-la, exemplo: resumo de um trabalho, esquema ou desenho de uma fórmula matemática e vice –versa, tradução de uma obra de um idioma para outro ou de uma imagem de consciência em linguagem etc. 2 – Interpretação - este conhecimento consiste em captar a mensagem pela apreensão do sentido das partes de um todo; é o caso de uma interpretação de uma caricatura, de um brasão ou de um gráfico. 3 – Extrapolação - consiste em tirar conclusões ou fazer previsões a respeito de um fato ou conjunto de fatos.
3) – Aplicação – o conhecimento da aplicação é aquele que se refere ao relacionamento de princípios e generalizações a casos particulares ou práticos.
4) – Análise - refere-se à difusão de um todo em suas partes e apreensão do significado das mesmas em relação ao conjunto a) – análise de elementos - identificação de elementos componentes implica ou explicitamente contidos em um todo. É o caso de distinguir conclusões de premissas, fatos secundários de fatos fundamentais etc. b) – análise de relações - refere-se à captação de relações existentes em um acontecimento, como a distinção de causa e efeito, meio e fim etc. c) – análise de princípios de organização - refere-se a linhas mestras que orientam uma estrutura, como a identificação dos princípios políticos que orientaram a elaboração de uma constituição, os princípios estéticos que orientaram a execução de uma obra de arte ou os princípios que sustentaram uma campanha publicitária etc.
5) – Síntese - refere-se à constatação da união de elementos que formam um todo. A síntese pode ser: produção de uma comunicação, ex. idéias, sentimentos e aspirações por via escrita ou oral; produção de um plano de operações, ex. um gráfico que procure demonstrar uma hipótese, enfim atividade que requer passos e que obedece a prescrições.
6) – Avaliação - este tipo de conhecimento refere-se à atitude crítica diante dos fatos, juízos com relação a evidências internas, análise de uma obra qualquer. Fica claro que o conhecimento relativo à avaliação sempre envolve um processo de julgamento.

OS OBJETIVOS NO CAMPO AFETIVO

Os objetivos no campo afetivo estão vinculados a atitudes internas do sujeito que retratam o interior, como: interesse, valor ou apreciação e sempre revelam uma conduta. Portanto, são demonstrados através de comportamentos. Todavia não se revelam por meio de provas tradicionais ou verificação de aprendizagem. Requer do professor vivência e observação. Diz respeito a hábitos e atitudes. Ex: justiça, fraternidade, igualdade e agressividade etc. São muito usados na primeira fase escolar, em que os objetivos dessa etapa são prioridade em formar hábitos, posturas educativas e atitudes, pois o objetivo antes do ler, contar e escrever passa por um processo de socialização do homem cidadão.
Os objetivos do campo afetivo são ainda demonstrados por meio de recepção, resposta, valorização, organização e caracterização por um valor ou complexo de valores. Exemplo no quadro a seguir, de objetivos no campo afetivo.
OBJETIVOS INSTRUCIONIS
GERAIS E ILUSTRATIVOS
TERMOS COMPORTAMENTAIS ILUSTRATIVOS PARA A FORMULAÇÃO DE RESULTADOS DE APRENDIZAGEM ESPECÍFICAS
Ouvir atentamente.
Mostrar estar consciente da importância da aprendizagem.
Aceitar diferenças de raça e cultura.
Assistir atentamente às atividades de aula.
Pergunta, escolhe, descreve, acompanha, dá, mantêm , identifica, localiza, nomeia, aponta, seleciona, fica sentado atento, responde, usa etc.
Fazer o dever de casa determinado.
Obedecer às regras escolares.
Participar de discussões em aula.
Fazer os trabalhos de laboratório.
Ser voluntário para as tarefas especiais.
Mostrar interesse pelo assunto.
Sentir satisfação em ajudar os outros.
Responde, assiste, concorda, conforma-se, discute, cumprimenta, ajuda, rotula, realiza, pratica, apresenta, lê, recita, relata, seleciona, narra, escreve.
Demonstrar fé no processo democrático.
Avaliar boa literatura (arte ou música).
Mostrar interesse pelo bem estar dos outros.
Demonstrar uma atitude solucionadora de problemas.
Demonstrar empenho na melhoria social.
Completa, descreve, diferencia, explica, acompanha, forma, inicia, propõe, convida, participa, justifica, lê, reporta, seleciona, compartilha, estuda, trabalha.
Reconhecer as necessidades de equilíbrio entre a liberdade e responsabilidade numa democracia.
Reconhecer o papel do planejamento sistemático na resolução de problemas.
Aceitar as responsabilidades de seu próprio comportamento.
Compreender e aceitar suas próprias capacidades e limitações.
Formular um plano de vida em harmonia com suas capacidades interesses e crenças.
Se junta, altera, arranja, combina, compara, completa, defende, explica, generaliza, identifica, integra, modifica, ordena, organiza, prepara, relaciona, sintetiza.
Demonstrar determinação.
Demonstrar autoconfiança ao trabalhar independentemente.
Cooperar em atividades de grupo.
Demonstrar dinamismo, pontualidade e autodisciplina.
Usar uma abordagem objetiva na resolução de problemas.
Manter bons hábitos de saúde.
Atua, discrimina. Demonstra, influencia, ouve, modifica, realiza, pratica, propõe, qualifica, questiona, revê, serve. Soluciona, usa, verifica.


OS OBJETIVOS NO CAMPO PSICOMOTOR

Os objetivos referentes ao campo psicomotor estão diretamente articulados com conhecimentos que, para o seu aprendizado, necessitam de capacidades não só intelectuais, mas, sobretudo motoras demonstradas por habilidades manuais ou corporais.
Bloom, não apresentou uma taxionomia para o domínio psicomotor. Enquanto isto não ocorre adota-se para completar a taxionomia de Bloom os trabalhos citados por NERECI (1999) de Guilford, Simpson, Grolund e Kibler. Como exemplo destaca-se a taxionomia de Guilford: impulso ou ímpeto: é o movimento de início, a partir de uma posição estacionária. É o individuo estar pronto, em condições, ou ter alcançado maturidade psicomotora para executar uma habilidade como andar, dançar, escrever etc., rapidez, precisão, flexibilidade, coordenação e controle de força etc.; rapidez: é o processo que se desenvolve após o início de um movimento e que, de certo modo, vai refletir-se na produtividade ou maior agilidade na execução de um ou de um grupo de movimentos como, virar páginas de um livro, correr, fazer mudanças na marcha de um automóvel etc.; precisão: é o desenvolvimento de um movimento, tendendo para o perfeito. Movimentos que visam alcançar objetivamente o alvo em mira, como introduzir linha no fundo de uma agulha, atirar pedras em um alvo, atirar e dá laços etc.; flexibilidade: é a possibilidade de realizar um movimento em diferentes direções, como é o caso da dança, da acrobacia etc.; coordenação: é a possibilidade de realizar atos motores em certa ordem necessária, no espaço e no tempo, como é o caso de escrever, dirigir carro, nadar etc.; controle de força: é a possibilidade de imprimir energia certa para específicas situações e que requerem diversa intensidade de energia, como é o caso de segurar a corrente de um cão e segurar um pássaro, bem como escrever com lápis ou esferográfica, bater as teclas de um computador etc.
Os objetivos psicomotores podem ser expressos pelos seguintes verbos:
Amarrar - desenhar - mexer – atirar - desarrumar – minar – arrumar – desmontar – manipular – armar – emendar – mudar – ajustar – executar – marchar – apagar – embrulhar – marejar – aplainar – esculpir - nadar – construir – expressar – pregar – cortar – enterrar – plantar – calibrar - fazer – pintar – consertar – instalar – pedalar – colocar – limpar – praticar – camuflar – ligar – soldar – confeccionar – lubrificar – rastejar – dobrar – montar – restaurar – demonstrar – manusear – remover – dirigir – moldar, além de outros.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Formular objetivos parece ser simples, mas não o é. Requer uma série de critérios para que eles sejam verdadeiros orientadores da aprendizagem e do conhecimento que o docente pensa construir com seus alunos. É evidente que os objetivos educacionais que expressam a política oficial de um país estão intimamente conectados com os objetivos de ensino, porque é através deles que os objetivos oficiais se concretizam.
Constata-se, que o professor que formula seus objetivos para o ato de ensinar, encontra-se melhor preparado e, naturalmente, poderá facilmente detectar as dificuldades que no decorrer do desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem possam aparecer. Permitirá, também, melhor acompanhamento da avaliação de seus alunos, pois o docente, tendo claros os objetivos do ensino que ministra, está cônscio de onde quer e deseja que seus alunos cheguem, e que comportamentos devem demonstrar que aprenderam os conteúdos e as habilidades que lhes foram ensinadas. Por esta razão, os objetivos, tanto para o professor, como para o aluno, devem estar bem claros e com critérios bem definidos.
Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que os objetivos de ensino, seja em qualquer nível que esteja formulado, cognitivo, afetivo e psicomotor, estarão sempre centrados no comportamento dos alunos e não do professor. O comportamento do professor em criar situações e oportunidade de aprendizagem, dizem dos procedimentos metodológicos que irão ser construídos pelo professor para fazer facilitar que o aluno aprenda os conteúdos e habilidades que lhes forem ensinadas. O resultado desses procedimentos são os comportamentos produzidos pelos alunos e esperados pelo docente, sendo assim a resposta aos objetivos de ensino formulados. Portanto, os objetivos de ensino que são concretizados pelo comportamento dos alunos representam os resultados da aprendizagem.

BIBLIOGRAFIA

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MORANDI, Franc. Modelos e Métodos em Pedagogia. São Paulo: EDUSC, 2002.
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PILETTI, Claudino. Didática geral. São Paulo: Ática, 2005.
POPHAM, James W. & BAKER, Eva L. Como Ampliar as Dimensões dos Objetivos de Ensino. Porto Alegre: Globo, 1989.
TEIXEIRA, Gilberto. As relações entre métodos de ensino e objetivos educacionais no currículo de administração. Elaboração de Objs. Edu. No Ensino Superior http://spu.autoupdate.com/ler.php?modulo=14&texto=878. Acesso em 20 abril 2008.
TYLER, Ralf W. Princípios Básicos de Currículo e Ensino. Porto Alegre: Globo 1976.
TURRA, Clódia Maria Godoy. Planejamento de Ensino e Avaliação. 11ª ed. Porto Alegre RS: Sagra, 2000.

PLANEJAMENTO DE ENSINO AÇÃO PEDAGÓGICA PARTIICIPATIVA

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Em um sistema de ensino o planejamento representa a intencionalidade ideológica e pedagógica da instituição e da rede escolar. Por essa razão em um sistema formal de ensino, não existe espontaneidade na relação entre o professor e aluno, mas sim há intenções claras e objetivas ligadas a estrutura do conhecimento a ser construído com competências estabelecidas. No sistema formal de ensino o planejar é intencional e trabalha em cima de resultados que são previamente estabelecidos. Pensar de outra maneira é assumir uma posição falaciosa que não leva a lugar nenhum do que se propõe um sistema de ensino, que objetiva a formar homens competentes, conscientes e críticos que possam interferir nas suas realidades. Nessa ótica, o planejamento assume não uma ação mecânica robotizada, mas sim, ação de pensamento-reflexão-ação com postura dialética e não acabada. No planejamento em educação estão explicitas as dimensões; sócio-política, técnica e humana. O planejamento não é neutro, está imbricado a ele toda ideologia que deve predominar no desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem.
                A dimensão sócio-política está embutida na postura ideológica de quem cabe a responsabilidade de planejar. A ideologia da classe dominante será também a ideologia dominante do planejamento. Não há como escapar dessa situação em uma sociedade dividida em classes. A dimensão técnica será aquela em que oferece o suporte instrumental no processo de ensino-aprendizagem e ratifica a teoria norteadora do processo. Encontra-se no fazer e executar do que foi planejado e pensado, muitas vezes distante de quem vai por em prática o prescrito no planejamento. A dimensão humana é a que permeia todo o desenvolvimento do processo faz parte do relacionamento entre professor e aluno e esse relacionamento determinam e condicionam o êxito do resultado da aprendizagem. Estão embutidos nesse processo os sentimentos, emoções e as manifestações de interesse e motivações para o ato de aprender que nesse sentido não pode ser excluídos das relações intrínsecas a natureza do homem. O planejamento poderá ser o mais tecnicamente e eficiente, porém estará sempre condicionado e dependente a sua eficácia do relacionamento humano existente. Ele representa o projeto de vida dos alunos sujeitos sociais do ato educativo para os quais o planejamento está voltado. Portanto, o planejamento reflete as questões culturais, históricas e sociais dos sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem aluno, professor e sociedade os quais se devem levar em conta no ato de planejar.
                O planejamento em geral, na área de educação possui vários níveis como enfatiza Gandin (2001, p.83)

                               
Gandin (2001, p. 83),   ”é impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamento necessários à atividade humana. Sobretudo porque, sendo a pessoa humana condenada, por sua racionalidade, a realizar algum tipo de planejamento, está sempre ensaiando processos de transformar suas idéias em realidade. Embora não o faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana possui uma estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade a propor ações e atitudes para transformá-la.”                                        
Há o planejamento educacional, o planejamento institucional e o planejamento de ensino. O planejamento educacional é o macro planejamento que diz respeito à política estabelecida pela Nação ou Estado através das leis e decretos legitimados nas ações concretas de suas secretarias, com relação à educação do seu povo, estabelece os princípios ideológicos e filosóficos da formação do homem que deseja como cidadão. Esse planejamento é transparente através dos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND) e concretizado pelas legislações emitidas pelos governos para legitimar as ideologias dominantes das classes dominantes. O planejamento institucional diz respeito à política institucional estabelecida em consonância com a política do PND, através do projeto político pedagógico adotado pela instituição, escola e universidade que orientará o que será desenvolvido no processo de ensino aprendizagem construído pelo estabelecimento de ensino. Nessa direção  Gadotti (1994) e outros afirmam:
Projeto Político-Pedagógico da escola precisa ser entendido como uma maneira de situar-se num horizonte de possibilidades, a partir de respostas a perguntas tais como: "que educação se quer, que tipo de cidadão se deseja e para que projete de sociedade?" (GADOTTI, 1994, P. 42). Dissociar a tarefa pedagógica do aspecto político é difícil, visto que o "educador é político enquanto educador, e o político é educador pelo próprio fato de ser político" (GADOTTI, FREIRE, GUIMARÃES, 2000, pp. 25-26).
Nesse texto, procurar­­-se-á enfatizar o planejamento de ensino que é aquele planejamento específico de um curso ou uma disciplina que trata da operacionalidade do ensino e é ele que encara e desenvolve as ações concretas comportamentais do processo de ensino aprendizagem. Nesse sentido os autores conceituam planejamento de ensino:
Piletti (2005, p.62) Planejamento de ensino é a especificação do planejamento de currículo. Consiste em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor fará em sala de aula, para conduzir os alunos a alcançar os objetivos educacionais propostos.
Turra (2006, p19) Planejamento de ensino é:
_ previsão inteligente e bem calculada de todas as etapas do trabalho escolar que envolve as atividades docentes e discentes, de modo a tornar o ensino seguro, econômico e eficiente.
_ previsão das situações especificas do professor com a classe.
_ processo de tomada de decisões bem informadas que visam à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino-aprendizagem, possibilitando melhores resultados e, em conseqüência, maior produtividade.
Libanêo (2006, p.232) O plano de ensino é um roteiro organizado das unidades didáticas para um ano ou semestre. É denominado também plano de curso ou plano de unidades didáticas e contém os seguintes componentes: justificativa da disciplina em relação aos objetivos da escola; objetivos gerais; objetivos específicos, conteúdos (como divisão temática de cada unidade); tempo provável e desenvolvimento metodológico (atividades do professor e dos alunos).  
Lopes (2004, p.45) O planejamento de ensino entendido como nova alternativa globalizante, que supere sua dimensão técnica, seria a ação resultante de um processo integrador entre escola e contexto social, efetivada de forma crítica e transformadora. Isso significa dizer que as atividades seriam planejadas tendo como ponto de referência a problemática sócio-cultural, econômica e política do contexto onde a escola está inserida. O planejamento de ensino nessa perspectiva estria voltado eminentemente para a transformação da sociedade de classes, no sentido de torná-la mais justa e igualitária.   
O planejamento de ensino como abordam os teóricos é uma das ferramentas das mais importantes que deve orientar o professor no seu dia a dia de sala de aula. Ele constitui para o sistema formal de ensino uma bússola orientadora no sentido de assegurar que o que foi projetado deverá ser cumprido. É um guia eficiente, mas nunca deverá ser considerado uma camisa de força, pois a flexibilidade poderá está presente sem que possa causar a ruptura na linha lógica que foi programada. A realidade situada do contexto de tempo e espaço é soberana, pois é quem vai indicar os procedimentos a serem adotados. É uma ação reflexiva e problematizadora, pois lida com a realidade dos sujeitos para qual a ação do planejamento encontra-se voltada.
A ação do planejar será sempre um ato de reflexão sobre o fazer, tendo em vista que persegue o objetivo a ser alcançado, embora que possibilite antecipar as dificuldades de conseguí-lo, por isso mesmo, a ação de planejar ganha muita importância quando permite as correções dos erros que possam ocorrer e de amenizar as dificuldades no executar das ações que aparecerem no decorrer do seu desenvolvimento. Nessa direção do processo de ensino-aprendizagem, o planejamento assume ação infinita e sem término norteado por um processo contínuo de replanejamento que alimentará o aperfeiçoamento das ações.
   A ação do planejamento de ensino é sistemática, complexa e intencional. Reveste-se de ação holística acumulativa e progressista. Todos os elementos e procedimentos utilizados no planejamento de ensino estão interligados, interagindo um com outro assim como, o objeto de estudo relaciona-se com as partes e esta com o todo. É a visão holística globalizada do planejamento. Portanto, o planejamento de ensino é a ferramenta que põe em prática a ação concreta e comportamental de todos os princípios constantes da legislação do país emanadas do poder governamental. Nessa ótica, o planejamento de ensino, constitui a base de todo o processo de ensino aprendizagem que procura aglutinar a teoria com a prática, a pesquisa com o ensino e o social político com o técnico, fazendo parte de um momento único - o momento didático.  
                               A AÇÃO DE PLANEJAR O ENSINO
                A ação de planejar o ensino deve levar em consideração alguns critérios considerados básicos: para quem estou planejando? Em que contexto de tempo e espaço esse planejamento vai ser executado? Quais os recursos materiais e humanos disponíveis para concretizar plenamente o planejamento elaborado? O quadro da realidade deve ser analisado em seu contexto de tempo e espaço. O que se aplica a uma determinada sociedade em uma época e lugar não é aplicável a outra. A realidade é um componente determinante do planejamento. É para essa realidade que o planejamento será a ferramenta de mudança. Respondidas essas questões de parte-se agora para estabelecer a parte instrumental técnica do planejamento de ensino propriamente dito.
         O planejamento a nível escolar deve ser coerente aos princípios ideológicos, expostos no projeto político pedagógico adotado e construído pela comunidade escolar.  É o PPP que diz: que tipo de homem a instituição quer formar? Quais os procedimentos metodológicos que serão adotados para que se mantenha a coerência ideológica prevista no PPP? Como os elementos estruturantes do planejamento de ensino serão trabalhados?  Definidos bem claramente estes pontos que foram levantados parte-se para concretização do que se deseja.  
         O planejamento de ensino possui três níveis de ações: plano de curso, plano de unidade e plano de aula. O Planejamento de ensino nos seus diversos níveis possui elementos estruturantes que são comuns a todos eles, diferindo apenas no nível de abrangência em que o tempo e o conteúdo são determinantes. O plano de Curso é o mais abrangente, pois trata do desenvolvimento didático de um semestre ou um ano, bem como o conteúdo a ser ministrado no mesmo tempo correspondente a vários capítulos ou unidades didáticas. O plano de Unidade o seu planejamento corresponde a uma unidade ou capítulo didático, compreendendo um pólo temático do conteúdo de um curso e que pode ser administrado em semanas englobando parte de uma carga horária. O plano de aula diz respeito a um assunto que engloba parte do conhecimento referente a uma unidade programática cujo tempo é programado em horas e minutos.
         Os planos de curso, de unidade e de aula possuem elementos estruturantes comuns que compõem o conjunto do contexto do ato de planejar. Eles encontram-se interligados em uma ação interativa em que se algo acontece a um elemento afeta o planejamento como um todo. O plano de curso por ser o mais abrangente engloba de maneira geral os conteúdos dos planos de unidade e de aula. O que difere entre eles é o detalhamento didático com que são tratados os conteúdos, os procedimentos metodológicos e o tempo disponível para administrá-los.
Os elementos estruturantes de um plano de curso são: cabeçalho a parte do plano que identifica para quem se destina o planejamento, que deve constar: nome da instituição; nome da disciplina, série em que o plano será aplicado; carga horária total; nome do docente ministrante da disciplina; números ou nome das turmas em que o plano será aplicado. Ementa da disciplina é a síntese do conteúdo total que serão desenvolvidos durante o semestre ou ano. A ementa é utilizada pelas instituições em seus catálogos para facilitar a escolha dos alunos em comporem seus currículos. Os objetivos são comportamentos observáveis no final do curso, esperados pelo docente e demonstrados pelos alunos que aprenderam e construíram o conhecimento que lhe foi ensinado. Eles demonstram habilidades cognitivas, psicomotoras, sociais, atitudinais etc. Estão intimamente articulados com o processo de avaliação da aprendizagem e da natureza do conhecimento a ser aprendido. Podem ser gerais e específicos. Gerais são aqueles objetivos a serem alcançados em longo prazo, ao fim de um semestre ou ano. Os objetivos específicos, como o nome está dizendo, são aqueles objetivos específicos que dizem respeito ao assunto que está sendo ministrado e alcançados de imediato após o ato de ensinar ao término de uma aula ou de uma unidade e demonstram que o aluno aprendeu. Cada plano terá seus objetivos específicos elaborados segundo a natureza do conhecimento a ser construído. Os conteúdos de ensino são os conhecimentos a serem construídos durante o desenvolver do curso e que deverão ser distribuídos em unidades didáticas programáticas. Estas unidades correspondem aos grandes pólos temáticos do conteúdo geral que será ministrado. No ministradas. Os procedimentos metodológicos dizem respeito ao comportamento ideológico, filosófico e metodológico do professor. A postura do professor é traçada pelo PPP da instituição de ensino e pelo método de ensino que escolheu como orientador de sua prática didática. O método determinará como os conteúdos serão trabalhados e como será o processo avaliativo do acompanhamento da aprendizagem dos alunos. Os recursos de ensino são os equipamentos que o professor irá precisar para ministrar e trabalhar os conteúdos em suas aulas. Eles deverão ser coerentes com a realidade escolar e, sobretudo criativo para tornar as aulas motivadoras, interessantes e agradáveis.  A avaliação é o componente didático que reflete o êxito ou fracasso do ensino. Só existe ensino se alguém aprende e é o processo de avaliação que nos vai responder a essa questão e dizer se os objetivos traçados foram alcançados, bem como permitir ao planejamento rever suas ações e aperfeiçoar o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem tornando-o mais eficiente e eficaz.
Portanto, como se depreende do exposto, o planejamento de ensino constitui-se em uma ferramenta das mais importantes para qualquer projeto didático, negá-lo é assumir uma visão ingênua distorcida da realidade do ato de ensinar uma vez que esse implica na obtenção de resultados que demonstre ser eficiente e eficaz naquilo que se propõe a realizar - educar o homem. A parte instrumental é de suma importância, todavia para construir o homem cidadão ela deverá está atrelada e articulada a uma concepção pedagógica de formação de homem que o leve a ser crítico, reflexivo, dialético e interventor de sua realidade. Só assim se estar a construir o verdadeiro ato educativo.
BIBLIOGRAFIA
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GADOTTI, M.; FREIRE, P.; GUIMARÃES, S. Pedagogia: diálogo e conflito. 5. Ed. São Paulo: Cortez, 2000.
GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
__________________. Planejamento como prática educativa. 7. ed. São Paulo: Loyola, 1994.
__________________. Posição do planejamento participativo entre as ferramentas de intervenção na realidade. Currículo sem Fronteira, v.1, n. 1, jan./jun., 2001, pp. 81-95.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Editora alternativa, 2001
___________________.Didática. São Paulo: Cortez, 2005- (Coleção Magistério – 2ºgrau. Série formação do professor)
BIBLIOGRAFIA
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PILETTI,Claudino. Didática Geral.  Ed.São Paulo:Àtica 2007
TURRA,Clódia Maria Godoy. Planejamento de ensino e avaliação. Ed. Porto Alegre:Sagra:DCLuzzatto, 2006.

VEIGA, I. P. (Org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 13. ed. Campinas: Papirus 2001.
Nome da Instituição:
Nome da Disciplina:
Carga horária total:
Nome do Professor

                   PLANO DE CURSO
JUSTIFICATIVA:
OBJETIVOS GERAIS:


OBJETIVOS ESPECÍFICOS
CONTEÚDO
TEMPO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
RECURSOS DE ENSINO
AVALIAÇÃO











BIBLIOGRAFIA: